Por que os ricos ficam mais ricos - Resenha crítica - Robert T. Kiyosaki
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Por que os ricos ficam mais ricos - resenha crítica

Por que os ricos ficam mais ricos Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
Economia

Este microbook é uma resenha crítica da obra: Why the rich are getting richer

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 978-65-5520-023-2

Editora: Alta Books

Resenha crítica

Ricos amam dívidas

Os ricos só ficam ricos porque amam dívidas. Eles as usam para alavancar a riqueza. Olham taxas de juros baixas e as veem como um recado para pedir dinheiro emprestado pagando pouco. Na década de 1970, nos Estados Unidos, era possível conseguir rendimentos bem altos na renda fixa. Dava para se aposentar com uma renda modesta. Hoje, não é assim. 

A renda fixa americana dificilmente vai aposentar você. Os poupadores são os que mais perdem dinheiro por isso. Essa perda é crescente porque os juros reais são negativos em vários países. A automação ainda tem tomado vários empregos. Isso faz com que a sabedoria convencional de fazer faculdade, poupar dinheiro e conseguir um emprego possa estar datada. 

Ricos se endividam, porque não compram ativos, como ações e imóveis, usando seu próprio dinheiro. Na verdade, pegam dinheiro emprestado para os investimentos. Esse dinheiro não fica parado em um fundo de renda fixa, como o da classe média. Ele é reinvestido em novos ativos.

Encontre 10 mil maneiras que não funcionam

Thomas Edison foi inventor e fundador da General Eletric. Na escola, foi visto como uma pessoa estúpida demais para aprender, segundo um de seus professores. Ele não sobreviveu ao ambiente escolar e foi educado em casa, pela mãe. Quando despertou seu lado inventivo, fez o protótipo dos laboratórios de hoje.

Nele, as pessoas eram livres para errar até que tivessem sucesso. Suas invenções se popularizaram. Algumas delas são o telégrafo, a lâmpada, o fonógrafo, a bateria alcalina e a câmera de filmagem. Tudo isso baseado em sua filosofia. Na produção da lâmpada, ele estava convicto de que não fracassou, mas encontrou 10 mil maneiras que não funcionavam.

Para o autor, erros enriquecem os ricos. Eles os tornam mais sagazes. As pessoas aprendem com suas falhas. Um bebê precisa cair várias vezes para aprender a andar. O sistema educacional fracassa justamente por punir o erro com notas baixas, excluindo do aprendizado um elemento fundamental.

Você não sabe o quão perto você está de conseguir

Edison achava que muitos dos erros da vida são fruto de pessoas que não sabiam o quão perto estavam de conseguir quando desistiram. Não deixe sua vida se limitar pelo medo de errar, de ser demitido ou de parecer estupido. Essa é uma herança escolar.

A maior parte das pessoas aprende nas salas de aula que errar é ruim. O medo vira uma barreira mental, criando um muro entre os que sabem e os que estão no caminho. Uma das coisas que afastam as pessoas da riqueza é a tendência a entregar o dinheiro aos especialistas em vez de investir por conta.

Esse hábito se fundamenta no medo. Até os anos 2000, pessoas que se guiavam pelo medo, economizavam dinheiro e focavam em renda passiva eram vencedoras. Poderiam se aposentar com tranquilidade. Hoje, 30% da dívida pública global está em juros negativos, quando a taxa básica do país não supera a inflação. Os títulos tradicionais já não são à prova de balas. É preciso ter coragem.

Note quando os estúpidos viram investidores

Uma educação financeira legítima prepara as pessoas para a crise antes que ela aconteça. Existem várias formas de antecipar uma crise. Você pode estudar história, observar gráficos ou escutar pessoas sábias. Para o autor, uma maneira eficiente é reparar quando os estúpidos viram investidores.

Essa foi a forma que ele encontrou para antecipar a bolha no mercado imobiliário. Para isso, observou a euforia. Reparou em como pessoas sem renda compravam casas. Até os que tinham dificuldade de pagar o aluguel passaram a comprar casas luxuosas. Esses momentos criam oportunidades de negócios. Todos gostam de pechinchas. 

O melhor momento para comprar é quando o que você quer está à venda. A maior parte das pessoas compra coisas que as empobrecem. Isso inclui carros de luxo e roupas caras. Os ricos fazem o contrário. Eles compram coisas que os enriquecem. Esperam as crises no mercado de ações para comprar as mais promissoras a preços baixos.

Se quer ficar rico, invista em educação financeira

Um número crescente de bancos desencoraja a poupança. Europa e Japão já cobram aqueles que deixam o dinheiro parado. Isso acontece pela política de taxa de juros negativa. É uma questão de tempo para virar tendência no resto do mundo. É uma das provas de que poupadores perdem dinheiro.

Os bancos não querem que você poupe, porque isso é custoso para eles. Banqueiros só se interessam por devedores, que geram lucro. É por isso que as taxas de juros do primeiro mundo são negativas. Hoje, os bancos não reinvestem a renda de quem poupa para fazer a economia crescer.

O problema começa nas escolas. A educação não ensina nada sobre dinheiro. A maior parte das pessoas ainda acha que precisa fugir de dívidas e economizar para prosperar. Por isso, se você quer enriquecer, invista em educação financeira primeiro. Aprenda a usar as dívidas para enriquecer. Isso traz um poder incrível.

A classe média persegue bolhas

Não é toda dívida que é produtiva. Se você se endivida para comprar uma casa ou um carro, isso é ruim. A razão é o fato de comprar passivos. É o tipo de coisa pela qual você tem que pagar. Mas se você pegar um empréstimo para comprar propriedades e expandir seu negócio, isso é uma dívida boa.

É o tipo de dívida que enriquece. Os governos até oferecem isenções fiscais para quem cria dívida boa. Já os poupadores puros, são punidos pelas políticas de juros negativos. Elas empurram a classe média para os mercados de ações e imobiliários, que procura um retorno melhor do que o que a poupança oferece.

Só que a classe média acaba perseguindo as bolhas do mercado financeiro, quando os preços aumentam em escala. Se a bolha estourar, como aconteceu com a hipotecária americana, esses investidores perdem tudo. Os ricos enriquecem com as taxas baixas, enquanto os poupadores dão início a desastres financeiros.

Ativos vs. passivos

Já passamos da metade do microbook e o autor mostra a diferença entre ativo e passivo. Os ativos são aquilo que põe dinheiro no seu bolso, independentemente de trabalhar ou não. Os passivos o tiram. A quantidade dos dois itens no balanço patrimonial diferencia um rico de um não rico.

Pessoas ricas se concentram nos ativos, enquanto a classe média foca em economizar dinheiro e diminuir despesas. Para o autor, as pessoas da classe média não sabem a diferença entre ativo e passivo na maior parte dos casos. Para saber em qual categoria algo se encaixa, é só observar se cria entradas ou saídas de dinheiro.

O apego às poupanças é algo que afasta as pessoas da riqueza. Warren Buffett dizia que o pior investimento que existe é o dinheiro. Embora todos o supervalorizem, ele está se desvalorizando com o tempo. Para conseguir proficiência financeira, você precisa conhecer bem os ativos, os passivos e a direção do seu fluxo de caixa.

A renda fantasma

Para o autor, os ricos não têm uma renda convencional. Eles enxergam um outro tipo de renda, chamada de “renda fantasma”. Em um fluxo de caixa comum, há entradas e saídas também comuns. O que você gasta é uma saída e o que você ganha é uma entrada.

Mas os ricos enxergam uma parte oculta nesse fluxo. É a de entradas vindas de empréstimos. Elas são livres de impostos e custam pouco a juros baixos. Podem, por exemplo, financiar o investimento em imóveis. Para se manter livre de impostos, basta reinvestir a renda em outros imóveis.

A lei americana traz isenção para esses casos. No Brasil, isso também acontece, caso a operação aconteça em até 180 dias. Essa é a forma de lucrar com uma renda fantasma, que não é percebida por quem só olha para os números da renda passiva, de portfólio ou auferida, que são os valores nominais da carteira de investimentos.

Fracasse até ser bem-sucedido

Falhar é o jeito de aprender as coisas no mundo real. Você precisa fracassar até ser bem-sucedido. O autor conta como só aprendeu a vender depois de fracassar muitas vezes. Era um funcionário da Xerox na juventude e sua profissão era vender as máquinas da marca para as empresas que quisessem melhorar seu fluxo de papel.  

Apesar de ter tido um bom treinamento, Robert tomava muitos “nãos”. Tinha pouco dinheiro, porque não vendia. Ao entender que o fracasso fazia parte do processo, engoliu as rejeições e tentou até melhorar os resultados. No começo, os “nãos” doem.

Mas depois de centenas de “não”, tudo ficou mais fácil. O autor gostou da jornada. Ele aprendeu a se divertir com a rejeição. Para o autor, a vida muda quando você aprende a amar aquilo que teme. Robert viu as barreiras como um jogo, uma espécie de desafio pessoal. 

Faça com que os passivos enriqueçam você

O dinheiro é um destruidor de casamentos. É a principal razão para que os casais briguem. Robert tem péssimas lembranças de seus pais brigando por esse motivo. Por isso, decidiu que não era o tipo de casamento que queria. Seu foco seria uma relação feliz, rica e carinhosa.

A diferença entre o casamento de Robert e o de seus pais é o acordo que fez com sua esposa. Eles decidiram que, para que tivessem passivos, precisariam primeiro comprar um ativo que pagasse por eles. Focaram em fazer com que os passivos os enriquecessem em vez de torná-los pobres. Isso não significa evitar passivos caros a todo custo, mas compensá-los com um ativo. 

O autor conta que comprou um Porsche uma vez. É um passivo caro que vai contra tudo o que ele acredita. Para fazer a compra, ele primeiro adquiriu um imóvel pelo valor do carro, que poderia ser revendido mais caro. Depois, usou um financiamento bancário para pagar pelo carro, seguindo a lógica da renda fantasma.

Ensine o homem a pescar

Para o autor, é mais válido ensinar o homem a pescar do que dar o peixe a ele. Essa cultura de “evitar a pesca” se deve ao sistema educacional obsoleto, preparado na era industrial. As coisas mudaram na era da informação. Há mais oportunidades do que pessoas.

Embora a tecnologia tome postos de trabalho, ela também cria empreendedores ambiciosos, criativos e altruístas que investem em uma educação financeira legítima. Nas próximas duas décadas, serão os empresários especializados em tecnologia que vão mudar o mundo. 

Não espere muita coisa dos burocratas, políticos ou executivos. O erro das pessoas é presumir que as próximas duas décadas serão similares às duas anteriores. Só que isso não leva em conta as mudanças drásticas pelas quais estamos passando, o que nos faz perguntar se o sistema de ensino vai mudar com nossa evolução ou vai nos levar ao fim.

Mentir é uma péssima solução para a autopreservação

Sem uma educação financeira legítima, milhares de pessoas sonegam na esperança de conseguir algum dinheiro por baixo dos planos. A desonestidade passa a ser recompensada. Muita gente prefere mentir a admitir que sabe pouco sobre dinheiro. 

Não procurar ajuda é mais fácil do que olhar para si com honestidade. A falta de proficiência financeira faz com que as pessoas não percebam o quão ameaçadores são seus desafios. Isso é um sinal dos tempos.

Vivemos em uma época na qual a verdade e a transparência são defeitos. As escolas ensinam que errar é estúpido. No mundo corporativo, isso leva a demissões. Criamos uma cultura disfuncional, na qual mentir é uma solução para a autopreservação. Perseguir uma educação financeira digna desse nome é a única saída possível.

Notas finais

“Por que os ricos ficam mais ricos” funciona como uma versão estendida do best-seller “Pai rico, pai pobre”. Sua teoria de riqueza é mais facilmente aplicável na realidade americana e europeia, em que o spread bancário é pequeno, os empréstimos são baratos e os juros negativos são comuns. No Brasil, esse tipo de política monetária só acontece em anos de inflação baixa. Por isso, é preciso contextualizar as dicas do autor.

Dica do 12min

Robert Kiyosaki tem uma filosofia de riqueza que envolve enriquecer a partir de dívidas, poupando pouco e fazendo transações de curto prazo. Luiz Barsi, um investidor da bolsa de valores brasileira, tem a filosofia inversa. Seu foco é em uma carteira de ações previdenciária. Confira em “O rei dos dividendos”, no 12 min.

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Quem escreveu o livro?

Kiyosaki é mais conhecido por seu livro Pai Rico, Pai Pobre, o # 1 New York Times best-seller. Kiyosaki seguiu com Pai Rico de Indepen... (Leia mais)

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